quarta-feira, 20 de julho de 2011

Exigência de receita médica para antibiótico derruba vendas.

A exigência de receita médica para a compra de antibióticos no Brasil reduziu significantemente os volumes de venda desses medicamentos entre dezembro e maio. A queda é da ordem de 27%, considerando a média mensal comparada a novembro, último mês antes da entrada em vigor da medida da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que aconteceu no dia 28 daquele mês. O levantamento foi feito pelo Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo), a pedido do Valor, com base nos 50 principais antibióticos consumidos no país.

O maior pico de recuo nas vendas foi de 34% em fevereiro, pelo levantamento feito pelo Sindusfarma. "Foi nesse período que o governo começou a intensificar a campanha para divulgar a medida", afirmou Nelson Mussolini, diretor-executivo da entidade. "Nossa expectativa é de que as vendas comecem a se recuperar nos próximos meses", disse.

A queda nas vendas se acentua ainda mais se considerados apenas os três principais antibióticos - amoxicilina, cefalexina, azitromicina -, superando os 40%, de acordo com levantamento feito pela Anvisa, a pedido do Valor.

O segmento de antibióticos no Brasil movimenta, por ano, cerca de R$ 2,1 bilhões, segundo o Sindusfarma, com base nos dados da consultoria IMS Health.

Segundo Mussolini, os produtos de marcas fortes no mercado foram os mais prejudicados, em um primeiro momento, com essa decisão. "O impacto foi maior porque o consumidor era adepto da compra espontânea", disse.

O combate à automedicação, inerente a boa parte dos brasileiros, foi um dos principais fatores levantados pela Anvisa para impor a resolução. "Outro ponto importante é evitar a resistência aos microbianos", disse Carmem Oliveira, gerente-geral em tecnologia da saúde da Anvisa. "O uso irracional de certos medicamentos promove resistência a certos princípios ativos", avisa.

Fonte: VALOR-SP

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